kazim ali

KAZIM ALI

SYSTEM ERROR

Quiver thin
Ash wind

Sudden tear
Hold you in

Season turn
Ash and I

Unbelieve
Tempest limb

Lidless vessel
Errant sin

To the self
No system


ERROR DE SISTEMA

Treme magro
Vento cinza

Lágrima repentina
Segurar você dentro

Lágrima súbito
Cinza e eu

Descrer
Limbo tempestade

Vaso sem tampa
Pecado errante

Para o eu
Nenhum sistema


THE LABORS OF PSYCHE

Sail or spin I endless ember

In the house of flowers I am undone

My crime comes in hot slicks

Plunder now each crushed night

Skylight open wide to snow

Very coldly thrust through

Look now at each unmapped surface

Very hungry spun smooth

Who in the dark comes to pounce

Drinking heat straight from the bottle

My mouth deeply tongued and

By swollen bud’s dehiscence opened

You lie on top of me in this siren cave

Breathing whirl of duende innuendo

Come together now between anarchy and will

Bright pharo of flower throat

My fortune lines do still bewilder

Eternal season now pistil thin

You spin me psychophonic to corolla harbor

Nocturne-thrust you exhale I sunder


OS LABOURES DA PSYCHE

Navegar ou girar eu brasa sem fim

Na casa das flores eu estou desfeito

Meu crime vem em escorregadios quentes

Pilhar agora cada noite esmagada

Clarabóia aberto largo para neve

Muita friamente empurra através

Olha agora para cada superfície não mapeada

Muito faminto girou suave

Quem no escuro vem atacar

Bebando calor direto da garrafa

Minha boca profundamente de língua e

Pela deiscência do botão inchado aberto

Você deita em cima de mim nesta caverna de sirens

Turbilhão de respiração de duende insinuado

Unem-se agora entre anarquia e vontade

Faraó brilhante da garganta da flor

Minhas linhas da fortuna ainda confundiram

Estação eterna agora pistilo fino

Voce me gira psicofônico para corolla harbor

Noturna-impulsão voce exala eu fendo


DRONE

Do strangers make you human

Science fiction visiting bodies as cold fact

What unknown numbers govern our genes or phones

A constant thrum from outer space

Snow makes a sound in sand

You are seen from far far above

Will the myth explain you

Unheard and vanished

bodies dismember to dirt

Hardly alive, hardly a person anymore

Who will I be next and in that life will you know me


ZUMBIDO

Estranhos faz você humano

Ficção científica que visita corpos como fato frio

Que números desconhecidos governam nossos genes ou telefones

Um zumbido constante do espaço sidereal

A neve faz um som na areia

Você é visto de muito longe acima

O mito vai te explicar

Inédito e desaparecido

corpos desmembrar a sujeira

Dificilmente vivo, dificilmente uma pessoa mais

Quem eu serei o próximo e nessa vida você me conhecerá

—translated by sean negus


INQUISITION

Those who acted like Lisbon was a letter written

Directly to them I had to remind the Inquisition reached

All the way across the water to Goa and flayed bodies open

We are by violence this language given in every place a sun

Body can now so sweetly envelop itself in water

I am the boy underwater hoping somehow to breathe again

This pinup boy for sin who wants to devour but ought

To be himself devoured having had too many lives.

Forgetting to be reborn, I don my cape of blades to steal

Into the capital of Loneliness, no one there knowing whether

I am a believer or betrayer of sound and the language of water

I was not born into it but coaxed it from sky and seed

I usurped from the riverbank its inheritance

My gospel is still that night in the cold autumn in Portland

Having just learned of the assassination of Rabin

High on Thunderfuck we climbed up the fire ladder to the roof

Looked out over the wind-washed city, the cloistered ruins.

He was straight but we were alarmed in the world

And knew then of only one way to be alive.

He drew down his silk long johns and I took him in my mouth.

From him then I sipped sound, the moon, the flocks of nightbirds

Calling, I let the language of flesh fill me from lips

To throat and when the inquisitor flooded my mouth

I knew in thrilling despair that time is yet untestified,

Water so far in the life of a human untraveled and no answer

Would ever satisfy but Heaven is this Earth—


INQUISIÇÃO

Aqueles que agiram como se Lisboa fosse carta escrita

Diretamente a eles tenho que lembrá-los de que a Inquisição chegou

Vindas de longe à Goa pela água de corpos flagelados abertos

Somos pela violência esta linguagem dada sol por toda parte

O corpo pode agora tão docemente se envolver na água

Eu sou o garoto debaixo d’água esperando respirar de novo

Esse garoto pinup do pecado que quer devorar mais deve

Ser ele mesmo devorado tendo vivido muitas vidas

Esquecendo-se de renascer, visto minha capa de lâminas para roubar

Na capital da Solidão, ninguém lá sabendo se

Acredito ou traí o som e a linguagem da água

Não nasci nele, mas o coagi do céu e semente

Usurpei da margem sua herança

Meu evangelho ainda é aquela noite no outono frio de Portland

Tendo acabado de descobrir do assassinato de Rabin

Chapado de Thunderfuck subimos a escada de incêndio ao telhado

Olhei para a cidade lavada pelo vento, as ruinas amontoadas.

Ele era hétero mas éramos alarmados no mundo

E só conhecíamos uma forma de estar vivo.

Ele tirou as longas calças de seda e eu o coloquei em minha boca.

Dele eu bebi som, a lua, bandos de aves noturnas

Chamando, eu deixo a linguagem da carne preencher-me dos lábios

À garganta e quando o inquisidor encharcou minha boca

Sabia em excitante desespero que ainda não se testemunha o tempo,

Água tão longínqua na vida da pessoa represada e resposta nenhuma

Satisfaria mas o Paraíso é essa Terra–


HIS MOSAIC PRAYER

Trial by magnolia
You never understand

Sane and unchanged
Strip down to rain

Cross examined by
Northern lights

My wont was to know you
uncovered cup of sulfured sun

Struck my bell of breath
Unreachable this ruin of effort

Muttered perfumed profanity
Unsolvable these equations

Unanswerable these letters
of despair this air that errs


SUA PRECE MOSAICO

Julgamento por magnólia
Você jamais entenderia

São e inalterado
Despe-se à chuva

Cruz examinada por
Luzes do norte

Queria te conhecer
copa sem tampa do sol sulfuroso

Bate o sino do fôlego
Inalcançável essa ruína de esforço

Xingamento perfumado balbuciado
Insolúveis estas equações

Cartas sem resposta
do desespero esse ar que erra

—translated by rodrigo bravo
Kazim Ali was born in the United Kingdom and has lived in the United States, Canada, India, France, and the Middle East. His books encompass multiple genres, including the volumes of poetry Inquisition, Sky Ward, The Far Mosque, The Fortieth Day, All One’s Blue, and the cross-genre texts Bright Felon and Wind Instrument. His novels include the recently published The Secret Room: A String Quartet and among his books of essays are the hybrid memoir Silver Road: Essays. He is also an accomplished translator (of Marguerite Duras, Sohrab Sepehri, Ananda Devi, Mahmoud Chokrollahi and others) and an editor of several anthologies and books of criticism. His newest books are a volume of three long poems entitled The Voice of Sheila Chandra and a memoir of his Canadian childhood, Northern Light.